1 de agosto de 2018
Carpa e Tilápia são os peixes de cultivo em mais propriedades rurais no país, mostram dados preliminares do Censo Agropecuário do IBGE

Os dados preliminares da pesquisa do IBGE, realizada em 2017, em número de estabelecimentos, mostram a liderança da Carpa, presente em 119.916 propriedades do país, sendo que 93% delas estão na região Sul – somente no Rio Grande do Sul estão 47% do total. A segunda colocação é da Tilápia, com 110.072 propriedades. Esta espécie está presente em todo o país, com destaque para a Região Sul (55,6% do total) e Sudeste (23%).

Juntos, os mais importantes peixes nativos (Tambaqui, Pacu, Pirapitinga, Tambacu e Tambatinga) estão presentes em 76.376 propriedades do Brasil, especialmente nas regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste.

Francisco Medeiros, presidente-executivo da PEIXE BR, explica que, “apesar da maior presença da Carpa em número de propriedades, sua comercialização é baixa, sendo destinada principalmente ao consumo familiar nos estados da região Sul”.

Por outro lado, a Tilápia está presente em todas as regiões do Brasil e é a espécie de cultivo mais comercializada, colocando o Brasil na 4ª posição entre os maiores produtores mundiais. “Além disso, a Tilápia tem alto potencial de desenvolvimento devido aos recursos hídricos existentes no país”, complementa Medeiros.

“Apesar do expressivo número de propriedades de Piscicultura, apenas pouco mais de 10% delas (em torno de 42 mil) declararam que comercializam peixes cultivados”, informa o presidente-executivo da PEIXE BR. Isso ocorre – explica Francisco Medeiros – devido à complexa questão da regularização da atividade. “A maioria dos produtores não comunicou a comercialização de peixes de cultivo no período de apuração do Censo Agro 2017 com receio de que esses dados pudessem ser direcionados a outros órgãos do governo. Grande parte deles não possui regularização do ponto de vista fiscal e ambiental para produção e comercialização do peixe. A omissão dessa informação interfere nos resultados da produção nacional, que já estão sendo revisados pelo IBGE”.