EXPORTAÇÕES DA PISCICULTURA BRASILEIRA NO
1º TRIMESTRE DE 2020
Manoel Xavier Pedroza Filho
Hainnan Souza Rocha
Embrapa Pesca e Aquicultura
Entre janeiro e março de 2020 as exportações da piscicultura (e seus subprodutos) totalizaram 1.635 toneladas (gráfico 1), o que representa um aumento de 42,67% comparado com o mesmo período de 2019, onde foram exportadas 1.146 toneladas.
Quando analisado em valores (US$), as exportações da piscicultura no primeiro trimestre de 2020 apresentaram um aumento 67,55% com relação ao mesmo período de 2019, passando de US$ 1,9 milhão para US$ 3,2 milhões (gráfico 1).
Gráfico 1 – Exportações de produtos da piscicultura brasileira, Janeiro à Março 2016-2020 (em toneladas e US$)
Fonte: COMEXSTAT/Ministério da Economia. Elaboração: Embrapa Pesca e Aquicultura.
A análise mensal das exportações no primeiro trimestre de 2020 indica um crescimento ao longo do período, sendo março o mês com maior volume exportado com 576 toneladas (gráfico 2).
Gráfico 2 – Exportações de produtos da piscicultura brasileira, janeiro a março 2020 (em toneladas)
Fonte: COMEXSTAT/Ministério da Economia. Elaboração: Embrapa Pesca e Aquicultura.
A análise das categorias de produtos da piscicultura exportadas no primeiro trimestre de 2020 indica que os subprodutos impróprios para a alimentação humana apresentam o maior volume em peso com 674 toneladas, ou seja, 41% do total exportado. No entanto, quando a análise considera o valor em dólares os filés ocupam o primeiro lugar com US$ 1,764 milhão, equivalendo a 54% do total (Tabela 1). Isso evidencia a importância da exportação de filé tendo em vista seu elevado valor agregado.
Tabela 1 – Exportações brasileiras da piscicultura por categoria de produto, janeiro a março 2020 (em toneladas e US$)
Fonte: COMEXSTAT/Ministério da Economia. Elaboração: Embrapa Pesca e Aquicultura.
Dentre as espécies da piscicultura, a tilápia manteve sua posição de destaque nesse primeiro trimestre de 2020 com 1.370 toneladas exportadas, representando 83% do total (tabela 3). Os curimatás (185 toneladas) e o tambaqui (42 toneladas) foram respectivamente a segunda e terceira espécies mais exportadas entre janeiro e março de 2020.
No comparativo com o primeiro trimestre de 2019, percebe-se que apesar do volume exportado de tilápia ter aumentado 24% houve uma redução da participação desta espécie no total de exportações da piscicultura, passando de 96% no primeiro trimestre de 2019 para 83% no primeiro trimestre de 2020. Por outro lado, verificou-se um aumento expressivo das exportações de curimatá, passando de 60kg no primeiro trimestre de 2019 para 185 toneladas no primeiro trimestre de 2020 (tabela 2).
Tabela 2 – Exportações brasileiras da piscicultura por espécie, janeiro a março 2019-2020
Fonte: COMEXSTAT/Ministério da Economia. Elaboração: Embrapa Pesca e Aquicultura.
A análise dos diferentes produtos de tilápia exportados no primeiro trimestre de 2020 indica que a categoria dos “Subprodutos de tilápia impróprios para alimentação humana” foi item mais exportado em peso, com 674 toneladas. Porém, quando analisado em termos de valor (dólares) o item “Outros filés de tilápia” foi o mais importante, totalizando US$ 1,7 milhão. Esse item inclui os filés de tilápia refrigerados exportados para os Estados Unidos e outros mercados (Tabela 3).
Tabela 3 – Exportações brasileiras de tilápia por produto, janeiro a março 2020 (em toneladas e US$)
Fonte: COMEXSTAT/Ministério da Economia. Elaboração: Embrapa Pesca e Aquicultura.
Os preços médios dos produtos de tilápia exportados no primeiro trimestre de 2020 indicam que o filé refrigerado é o item de maior valor (6,84 US$/kg) seguido pelo filé congelado (4,54 US$/kg). Os subprodutos impróprios para alimentação humana apresentaram o menor preço médio (0,85 US$/kg) (gráfico 3).
Gráfico 3 – Preços médios dos produtos de tilápia exportados entre janeiro e março 2020 (em US$/kg)
Fonte: COMEXSTAT/Ministério da Economia. Elaboração: Embrapa Pesca e Aquicultura.
O Mato Grosso do Sul manteve sua posição como maior exportador de tilápia durante o primeiro trimestre de 2020 com um total de 515 toneladas, representando 37% do total exportado. Os estados de Santa Catarina e Paraná aparecem em segundo e terceiro lugar com volumes de 341 e 286 toneladas de tilápia exportadas no período, respectivamente (tabela 4).
Tabela 4 – Exportações brasileiras de tilápia e seus derivados, por estado, janeiro a março 2020 (em toneladas e US$)
Fonte: COMEXSTAT/Ministério da Economia. Elaboração: Embrapa Pesca e Aquicultura.
Os tipos de produtos de tilápia exportados pelos três maiores estados (MS, SC e PR) ao longo do primeiro trimestre de 2020 apresentaram grande variação (tabela 5). O Mato Grosso do Sul teve 86% de suas exportações em valor (US$) concentradas em filés de tilápia. Com relação a Santa Catarina, 99% das exportações de tilápia foram de óleos e gorduras. Quanto ao Paraná, 85% foram de subprodutos de tilápia impróprios para alimentação humana.
Tabela 5- Principais produtos de tilápia exportados pelos três maiores estados, entre janeiro e março 2020 (em toneladas e US$)
Fonte: COMEXSTAT/Ministério da Economia. Elaboração: Embrapa Pesca e Aquicultura.
Com relação aos países de destino das exportações da piscicultura durante o primeiro trimestre de 2020, os Estados Unidos continuaram como o principal mercado importador, sendo responsável por 20% das exportações da piscicultura em peso (321 toneladas) e 58% em valor (US$ 1,8 milhão). Neste período a China ocupou o segundo lugar entre os principais importadores da piscicultura brasileira, sendo o destino de 17% das exportações em peso (284 toneladas) e 8% em valor (US$ 242 mil) (tabela 6).
Tabela 6 – Exportações brasileiras da piscicultura por país de destino, janeiro a março 2020 (em toneladas e US$)
Fonte: COMEXSTAT/Ministério da Economia. Elaboração: Embrapa Pesca e Aquicultura.
A análise dos produtos da piscicultura brasileira exportados para os três principais países de destino, ente janeiro e março de 2020, permite entender melhor cada um desses mercados. Os Estados Unidos têm suas importações concentradas em filés de peixe, representando 91% do que esse país importa do Brasil em valor (US$). No caso da China, verifica-se um predomínio dos subprodutos de peixe impróprios para alimentação humana (ex: escamas, peles), que respondem por 91% de suas importações em valor (US$). O Japão também apresenta uma pauta de importações muito concentrada nos subprodutos de peixe impróprios para alimentação humana, representando 99% do que o país compra do Brasil em valor (US$) (tabela 7).
Tabela 7 – Principais categorias de produtos da piscicultura exportadas pelo Brasil para os três maiores destinos, entre janeiro e março 2020 (em toneladas e US$)
Fonte: COMEXSTAT/Ministério da Economia. Elaboração: Embrapa Pesca e Aquicultura.
BALANÇA COMERCIAL DA PISCICULTURA BRASILEIRA
(JANEIRO a MARÇO 2020)
No primeiro trimestre de 2020 o déficit da balança comercial da piscicultura foi de US$ 157 milhões, sendo 15% menor do que o registrado no primeiro trimestre de 2019 (Gráfico 4). A redução no déficit da balança comercial de pescados deu-se principalmente devido à forte diminuição das importações – possivelmente influenciada pela alta do dólar.
Gráfico 4 – Balança comercial da piscicultura brasileira, Janeiro a Março 2016-2020 (US$ milhões)
Fonte: COMEXSTAT/Ministério da Economia. Elaboração: Embrapa Pesca e Aquicultura.
Com relação às principais espécies importadas pelo Brasil no primeiro trimestre de 2020, o salmão apresentou o maior valor totalizando US$ 136 milhões, ou seja, 85% do total. Os bagres (o qual inclui o pangasius) ocupam o segundo lugar com US$ 20 milhões e os curimatás o terceiro lugar com US$ 1,7 milhão (tabela 8).
Tabela 8 – Importações brasileiras de pescado em Janeiro a Março 2020 por espécie (em US$ mil e toneladas)
Fonte: COMEXSTAT/Ministério da Economia. Elaboração: Embrapa Pesca e Aquicultura.
O Informativo de Comércio Exterior da Piscicultura é uma publicação trimestral feita em parceria entre a Embrapa Pesca e Aquicultura, por meio do Projeto BRSAqua (BNDES/MAPA/CNPq), e a Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR).
PEIXE BR
A PEIXE BR começa as atividades com as maiores empresas do negócio e entidades de âmbito regional. Os parceiros estão localizados nos principais estados produtores de pescado. Nestes estados estão mais de 80% do negócio de peixes cultivados no Brasil. Paralelamente, a entidade realiza trabalho de atração de novas empresas para ampliar ainda mais sua representatividade.
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